O fator "pena que"

Quando um condutor entra em pista, no mínimo tendo por base uma prova do Brasileiro, uns 50 condutores, ávidos por criticar o pobre que faz das tripas coração ao levar seu dog pro final, desferem comentários nem sempre válidos ou justos.

"O cachorro é bom, pena que tá na mão de fulano". Talvez ele só esteja lá por esse motivo. Porque na cabeça dele o condutor é o problema, não a solução. Quem garante que na mão doutro mais "capacitado" ele teria chegado onde chegou.

Tem um cara muito sincero, mas legal, que depois de eu ter desclassificado quatro vezes a Guíça no slalon, logo que ela passou pro grau 1 me falou: "se ela tem 3 anos e não aprendeu ainda não aprende mais". Esse dog só foi pra pista porque estava comigo, na mão de terceiros viraria Pet.

O grande problema para alguns é o fator "pena que".

Pena que: "não corre, que é gordo, não sabe conduzir, não tem zona, treina na escola errada são algumas verdades "cantadas" a cada pista, completa ou não.

Eu mesmo já me peguei resumindo o agility de muita gente ao fator "pena que". É triste. Sempre é tempo pra mudar, abrir os horizontes, sair do cabresto, pensar mais alto, voar.

Gosto de conversar, saber da vida das pessoas dentro do agility e antes de dizer qualquer merda agora vou atrás da informação, coisa que dificilmente quem julga meus atos e meus cães faria, fez ou fará.

Vale também dizer que muita gente me ajuda, quer o meu bem, se oferece pra dar dicas e as dá. Sem cobrar, sem esperar nada em troca, pela amizade ou pelo prazer simples de ajudar. Coisa que eu de boa também faço.

Esse é o fato camaradagem, amor entre tropas inimigas.

O problema não é dar uma opinião. Nem de longe isso é problema. Mas falar pra terceiros de forma que uma hora vai chegar até você ou em alto e bom tom pra que todos escutem é errado sim. Quer criticar? Joga na cara, fala de canto (como dizem aqui no sul) ou cala a boca.

Nada de mais pra falar a verdade, to cagando como Schummy na foto. Tanto que demorei mais de uma semana pra publicar esse post. Não me preocupa se alguém que não sabe da minha vida me critica. Se meu cachorro é bonzinho e pena que tá na minha mão problema meu. Mas é esse tipo de pensamento que torna a "família do agility" menos legal e que garanto faz muitos optarem por viver suas vidas longe.